7 Julho 2025

Brasil e China reforçam parceria estratégica com foco em energia limpa, inteligência artificial e inovação mineral

Acordo para transição energética e inovação mineral

No dia 5 de julho de 2025, durante os encontros do BRICS realizados no Rio de Janeiro, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, assinou uma Carta de Intenções com uma empresa estatal chinesa do setor energético. O objetivo do acordo é estreitar a cooperação entre os dois países na transição energética e no desenvolvimento sustentável dos recursos minerais. A assinatura foi divulgada pelo site oficial do Ministério de Minas e Energia do Brasil.

O memorando prevê colaboração técnica e científica entre o Brasil e a China, especialmente nas áreas de geração de energia limpa e uso pacífico e sustentável de recursos minerais nucleares. O documento estabelece uma base para a troca de conhecimento e experiências que possam contribuir para a inovação e a sustentabilidade do setor energético brasileiro.

Brasil quer protagonismo na energia renovável

Ao comentar o acordo, o ministro Alexandre Silveira destacou o interesse do Brasil em aprofundar sua parceria com a China. Ele afirmou que o país busca ampliar a produção de energia renovável e consolidar sua posição de liderança global na transição energética. Além disso, ressaltou a importância de fortalecer a cadeia produtiva mineral nacional por meio da inovação tecnológica.

Segundo o Ministério, o acordo cria uma plataforma de cooperação em pesquisa, desenvolvimento e inovação voltada para tecnologias sustentáveis. Entre as iniciativas previstas estão projetos de geração e armazenamento de energia, digitalização de processos e aprimoramento das capacidades institucionais e técnicas do setor, alinhados aos compromissos brasileiros com a sustentabilidade.

Modernização tecnológica do setor mineral

A parceria também contempla ações voltadas à modernização tecnológica do setor mineral. O foco será ampliar a capacidade científica, inovadora e industrial do Brasil. Estão previstas colaborações com universidades, centros de pesquisa e instituições públicas e privadas que atuam nas áreas de processamento mineral, ciência dos materiais e gestão sustentável de recursos.

Essas iniciativas devem impulsionar o desenvolvimento de soluções tecnológicas que tornem a exploração mineral mais eficiente e sustentável, ao mesmo tempo em que fortalecem a base industrial brasileira.

Novos acordos em inteligência artificial, energia e infraestrutura

No mesmo dia, o Brasil e a China assinaram uma série de outros documentos de cooperação em áreas estratégicas como inteligência artificial, novas energias, infraestrutura e medicamentos. As assinaturas ocorreram com a presença de Liu Sushe, vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China (NDRC), e autoridades brasileiras.

Um dos destaques foi o memorando de entendimento para a segunda fase do alinhamento estratégico entre os dois países, com foco na expansão da cooperação em inteligência artificial. O acordo estabelece, por exemplo, a criação de um centro de aplicação de IA, voltado ao desenvolvimento de soluções com base em código aberto, acessível a pesquisadores e desenvolvedores dos dois países, além do incentivo à formação de talentos.

Iniciativas ligadas à Nova Rota da Seda

Parte das iniciativas assinadas faz parte do Plano de Cooperação para a segunda fase de alinhamento com a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês). As áreas de infraestrutura, energia e saúde também integram esse plano, ampliando as possibilidades de investimento e desenvolvimento conjunto entre Brasil e China.

Reunião entre líderes e novas perspectivas de cooperação

As assinaturas ocorreram durante a visita do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ao Brasil para participar da 17ª Cúpula do BRICS. Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Li Qiang destacou o desejo da China em aprofundar as relações bilaterais com base nas complementaridades econômicas. Segundo a agência Xinhua, os dois líderes manifestaram interesse em expandir a cooperação em áreas como economia digital, economia verde, inovação tecnológica e setor aeroespacial.

Após a reunião, ambos presenciaram a assinatura de acordos adicionais nas áreas fiscal e financeira, além de estratégias de desenvolvimento e projetos espaciais.

Uso da inteligência artificial na agricultura familiar

Um dos projetos mais promissores anunciados é a criação de um laboratório de inteligência artificial com foco no apoio à agricultura familiar. Segundo o jornal South China Morning Post, a iniciativa será fruto de uma parceria entre o Instituto Nacional do Semiárido (INSA), do Brasil, e a Universidade Agrícola da China. O objetivo é aplicar IA para aumentar a produtividade agrícola de pequenas propriedades nos dois países.

Conclusão: parceria estratégica em expansão

Com os novos acordos firmados, Brasil e China demonstram estar comprometidos em aprofundar sua parceria estratégica com foco no desenvolvimento sustentável, na inovação tecnológica e na melhoria da qualidade de vida por meio de avanços na energia, ciência e agricultura. Especialistas apontam que essas iniciativas têm potencial para impulsionar o crescimento econômico conjunto e reforçar a presença dos dois países em setores-chave da economia global.