Camil enfrenta queda nas ações e mantém trajetória de expansão no setor alimentício

As ações da Camil (CAML3), uma das principais empresas do setor alimentício brasileiro, fecharam o pregão a R$ 4,36, sem variação em relação ao dia anterior. Ao longo do dia, os papéis oscilaram entre a mínima de R$ 4,30 e a máxima de R$ 4,42, com volume financeiro negociado em torno de R$ 14,6 milhões, distribuídos em 7.739 negócios. Desde o início de 2025, os papéis da companhia acumulam queda de 24,25%, e nos últimos 12 meses, a desvalorização já chega a 47,11%.
A Camil atua na produção, comercialização e distribuição de alimentos, com foco em grãos como arroz e feijão, além de açúcar e pescados enlatados, incluindo sardinha, atum, molhos e patês. Reconhecida pela forte presença no mercado brasileiro, a empresa também se expandiu internacionalmente com operações em diversos países da América do Sul.
Em 2019, a companhia contava com 27 unidades de processamento e 18 centros de distribuição espalhados pela região. No Brasil, eram 15 fábricas industriais, além de sete plantas no Uruguai, duas no Chile e três no Peru, destinadas ao beneficiamento de grãos. No ano anterior, a receita líquida da empresa no Brasil foi de R$ 3,3 bilhões, enquanto as operações internacionais somaram R$ 1,4 bilhão.
A trajetória da Camil começou em 1963 como uma cooperativa de produtores de arroz no Rio Grande do Sul. Já em 1974, a empresa se destacou ao ser pioneira na distribuição de arroz em embalagens plásticas de 5 kg, um marco para o varejo nacional. Durante a década de 1990, a companhia ampliou seus mercados e transferiu sua sede para São Paulo, além de atrair investimentos do fundo americano TCW.
Nos anos 2000, a Camil acelerou seu crescimento com uma série de aquisições. No Brasil, comprou marcas como Pai João e Príncipe, ampliando sua presença nas regiões Nordeste e Sudeste. Em 2007, ingressou no mercado uruguaio ao adquirir a Saman, seguida pela aquisição da chilena Tucapel em 2009. A expansão continuou com a compra da peruana Costeño em 2011 e da marca Paisana em 2014.
Ainda em 2011, a empresa reforçou sua atuação em pescados ao adquirir as marcas Coqueiro e Pescador. Em 2012, passou a controlar também as tradicionais marcas de açúcar União e Da Barra. A entrada do fundo Gávea Investimentos ocorreu nesse mesmo ano, e em 2016, o fundo Warburg Pincus assumiu essa participação. Já em 2018, a Camil incorporou a SLC Alimentos, dona da marca Namorado, reforçando sua liderança no segmento de grãos.
Apesar da recente queda nas ações, a companhia continua sendo uma referência no setor de alimentos, com um histórico sólido de crescimento por meio de aquisições estratégicas e uma presença consolidada em diversos mercados da América do Sul.